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Recuperação do espaço urbano "Alcazaba de Baza" |
Intervir na Alcazaba no actual contexto da cidade, considerando que do passado já pouco resta e que aquilo que ainda permanece não é muito expressivo enquanto memória desse passado, significa de algum modo um regresso à origem, ao início, já que acreditamos que aquilo que ainda subsiste e que merece ser recuperado é o lugar em si mesmo - a sua topografia como marca distintiva da sua condição na geografia de um território. Tornar de novo perceptível e “presente” a topografia é, neste caso, a razão que fundamenta o desenho. Não se trata propriamente de operar segundo uma espécie de arqueologia da topografia mas, pelo contrário, trata-se de procurar fixar, não a sua forma, mas a essência que teve no passado e que esteve na sua origem. Isto explica porque se propõe o recobrimento integral de toda a superfície da Alcazaba com uma espécie de “manto mineral” constituído por pedra rolada de rio e argamassas pobres, afinal um tipo de pavimento tão típico e “natural” nalgumas regiões da Andaluzia. Trata-se afinal de reforçar uma “presença”, de vincar o sentido tectónico que ainda caracteriza o lugar. Acabámos como começámos, querendo voltar ao princípio, à colina onde tudo teve início. Queremos reconstruir a sua topografia, torná-la significante com novos conteúdos porque o tempo não tem regresso mas pode ser registado, como acontece na natureza com as pedras e as árvores, ou com o homem, quando escreve ou desenha. |